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"Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito..."

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Os heróis da ciência: a utilização de animais em pesquisas científicas

A questão envolvendo o uso de animais em experimentação científica é bastante controversa e suscita discussões violentas entre cientistas e ambientalistas. Ambos os lados julgam estarem corretos e o debate prossegue. Há dois anos, o Senado aprovou a Lei Arouca, que tornou ilegal a utilização de espécimes em laboratórios brasileiros, o que desagradou muitos pesquisadores e instituições de ensino.

Os ambientalistas defendem que o uso de animais em experimentos científicos atenta contra a ética e contra o fundamento jurídico, presente no artigo 225 da Constituição, que garante a proteção a todos os seres vivos. Segundo os ativistas, há formas alternativas de se realizarem experiências sem que haja o uso de bichos, como por exemplo, a utilização de culturas de células (técnica "in vitro"). Os militantes ressaltam que, como há muitas diferenças fisiológicas entre a espécie humana e outros animais, não há a necessidade da aplicação dos mesmos em estudos.

Se outros métodos científicos, além de serem mais baratos, garantissem a mesma eficácia de resultados, eles já não estariam sendo utilizados? Ou por acaso as universidades e as instituições de pesquisa mantêm caríssimos biotérios só para causarem polêmica e banalizar a vida animal? Muitos ambientalistas condenam a ciência e os métodos que a mesma utiliza. Entretato, poderiam ser os cientistas (os que usam animais em experimentos com a única intenção de promover avanços nos mais diversos campos da pesquisa) incluídos no mesmo grupo de pessoas que utilizam animais para a fabricação de casacos de pele, para exibições em circos clandestinos, para o teste de comésticos e para outras atrocidades?

Infelizmente, o uso de animais em experimentos é um mal necessário. Ainda não há como recriar as complexas condições biológicas de um organismo apenas utilizando um grupo de células, tampouco obter resultados precisos que permitam autorizar a veiculação de um medicamento. É por isso que considero as cobaias as "heroínas" da ciência, caso contrário não teríamos soro antiofídico, VACINAS e uma imensidade de outras drogas que nos servem tão bem, muitas das quais podem também ser utilizadas para fins veterinários. Como diria Maquiavel, "os fins justificam os meios".

Muitos defensores dos direitos dos animais defendem o uso de humanos em experimentos, alguns mais insanos até sugerem a utilização de presidiários. Onde está a ética dos mesmos quando propõem essas ideias absurdas? Sugiro para esses senhores que levem os seus filhos para que as drogas sejam testadas neles; que parem de tomar vermífugos, afinal eles matam animais como as lombrigas; que não esmagem um Aedes aegypti se o encontrá-lo em suas casas, mesmo sabendo que correm um risco até considerável de contrair dengue; e que JAMAIS matem os  piolhos que seus filhos ou eles porventura venham a pegar.

O engraçado é que não vejo uma mobilização ambiental para a preservação da vida das baratas, dos cupins, etc., animais que têm tanto direito à vida quanto uma baleia, um cachorro ou um coelhinho. Por que toda essa militância ambiental não inclui a defesa desses seres (considerados por nós como repugnantes)? "Ah, claro que não, o que é isso...". Vivemos todos na mesma hipocrisia de sempre.

Existem Comitês de Ética, cuja ação considero positiva, que tentam regular a utilização de seres vivos em pesquisas, tentando diminuir ao máximo a quantidade e a necessidade dos mesmos em laboratórios. Reafirmo o que disse acima: em alguns casos não há outra alternativa viável e essa prática acaba sendo um mal necessário, mas um mal que garante o avanço de muitas descobertas médico-sanitárias e praticamente ninguém põe em xeque, por mais ecológico que seja, a utilização de vacinas e de drogas, algumas previamente testadas em animais, que possam salvar a sua própria vida.

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